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Dos desafios dos Mavs à ligação ignorada por Doncic: os bastidores da troca por Davis


Ao entrar em uma das sete lojas da Ascension Coffee em Dallas, há altas torres de vidro que os funcionários usam para fazer o café gelado japonês exclusivo da cafeteria de luxo. Na manhã de 7 de janeiro, o gerente geral do Dallas Mavericks, Nico Harrison, convidou o seu colega do Los Angeles Lakers, Rob Pelinka, para o estabelecimento, a apenas 800 metros do American Airlines Center, para iniciar uma conversa de troca árdua e delicada que abalaria o resto da NBA.

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Quase um mês depois, os Lakers e os Mavericks realizaram talvez a negociação mais chocante da história da NBA, trocando Luka Doncic, de 25 anos, candidato anualmente ao prêmio de MVP, por Anthony Davis, um dos melhores pivôs da NBA, sem que houvesse sequer um vazamento sobre o assunto para a imprensa.


Os torcedores de Dallas saíram às ruas para protestar, criando um memorial improvisado do lado de fora da arena do time, aos pés da estátua de Dirk Nowitzki, lenda do time que postou um emoji triste em resposta à notícia. As estrelas de toda a NBA ficaram atônitas, inclusive os jogadores envolvidos no acordo, que não tinham sido avisados de que discussões desse nível estavam ocorrendo.



Doncic enviou uma rápida mensagem no grupo dos jogadores de Dallas, mas não respondeu, nem retornou a ligação de Harrison. Davis estava em casa, em Los Angeles, parabenizando seus companheiros de equipe após a vitória sobre o New York Knicks na noite de sábado. LeBron James estava jantando quando recebeu uma ligação de Pelinka minutos antes de Shams Charania, da ESPN, divulgar a notícia da troca. Kyrie Irving ficou sabendo pelas redes sociais enquanto estava em tratamento no hotel dos Mavericks em Cleveland, cidade a equipe jogaria contra os Cavaliers no domingo.


Executivos de toda a liga ficaram furiosos e invejosos com o fato dos Lakers ter sido a única equipe que teve a oportunidade de fazer uma oferta pelos serviços de Doncic. "Incompreensível", disse um manda-chuva da Conferência Oeste à ESPN. "Estou atônito", escreveu outro diretor da Conferência Leste.

Embora essa negociação pareça ter surgido do nada, fontes de ambos os lados disseram que foi um processo bastante direto entre dois homens com um longo histórico de confiança, formado ao longo de duas décadas ao lado do falecido ícone dos Lakers, Kobe Bryant.


Harrison decidiu logo no início, segundo fontes da equipe, que a melhor maneira de negociar um jogador do calibre de Doncic seria da forma que ele próprio queria, em vez de abrir o processo para outras partes, evitando que Doncic e seu empresário exercessem sua própria influência. Isso também evitaria a reação negativa dos torcedores que poderia atrapalhar as tratativas.


Pelinka e os Lakers entenderam. Nada poderia vazar. Eles aprenderam a mesma lição muitas vezes ao longo de sua história recente com negociações bombásticas: a infame e fracassada troca por Chris Paul em 2011, que foi desfeita pelo então comissário da NBA, David Stern, após forte pressão de proprietários rivais; a prolongada troca por Davis em 2019, que contribuiu para o fim da passagem de Magic Johnson como presidente da equipe; e as surpreendentes discussões entre proprietários sobre a troca de James para o Golden State Warriors no ano passado.


Em todos esses momentos, forças externas prejudicaram o processo de negociação. É necessário um círculo pequeno para concretizar algo de tamanha magnitude. E a única pessoa em quem Harrison achava que podia confiar para executar esse processo intensamente secreto era Pelinka.

Até mesmo o Utah Jazz, a terceira equipe que facilitou a transação ao receber duas escolhas de segunda rodada para absorver Jalen Hood-Schifino, não sabia que Doncic e Davis faziam parte do negócio até cerca de uma hora antes de sua conclusão, disseram fontes da liga. Até mesmo o presidente do time, Danny Ainge, foi avisado com apenas 30 minutos de antecedência que o Los Angeles estava prestes a adquirir Doncic para ser o novo rosto de sua franquia.

Mas, naquele momento, já era tarde demais para fazer algo a respeito. A história da NBA estava prestes a ser alterada.

 
 
 

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